E mais benditos ainda sejam os que levam calor aos irmãos necessitados, o calor do corpo e o calor da alma.
Bendita seja a doença, por no ensinar que não somos eternos nem imunes à dor e que muitas vezes chega para nos tornar mais humildes e conhecedores de nossas limitações.
E mais benditos ainda sejam os anjos de carne e osso que confortam e acalentam os doentes, os doutores da alma. Aqueles que percorrem os corredores dos hospitais, fabricando sorrisos, distribuindo alegria e levando esperança.
Bendita seja a chuva destruidora, que leva desde barracos de amianto até mansões gloriosas, para ensinar ao homem que ele nada é perante a força da natureza.
E mais benditos sejam os braços que reconstroem aquilo que a água levou, aqueles que abrigam aos que tudo perderam e aqueles que, sem ter mais nada a oferecer, oferecem a palavra amiga.
Benditos sejam os momentos de solidão, que nos ensinam a apreciarmos a nós mesmos.
E mais benditas ainda sejam as pessoas que chegam em nossas vidas, seja para ficar ou apenas de passagem, porque nos deixam um pouco de si e levam um pouco do que somos.
Bendito seja tudo o que há: o que podemos ver e o que não podemos, o que podemos tocar e o que não podemos. E benditos sejamos nós todos, pela capacidade que temos de acreditar no que não vemos e nem tocamos, mas que sabemos que existe, porque sentimos.
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