Tatuagem.

Rasgando minha pele
sinto a agulha que me tatua
a dor dilacerante não me alivia
preciso extravasar muitas lágrimas
escorregar num corrimão de cacos de vidro
até sangrar meu último suspiro.
Preciso me marcar, 
nem que seja à ferro
dilacerar meu corpo
ser imperfeita e triste.
Me anestesiar com o ópio do ódio,
Adoecer o tétano da cólera.
Por essa agulha que me rasga.
Profunda e profana.
Maculando o que havia de mais sagrado,
Mutilando muito mais que a carne,
Ferindo de morte quem já não vivia.

Para Ana Vitória Cabral, em 09/06/2014

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